Se Maria fosse bonita

 

“Maria de cada casa e de todos os caminhos, Maria de nossa infância e de cada gente, Maria de cada noite, Maria de todo dia, dos meus sobrados tristonhos, dos meus mais doces sonhos, das festas… Maria da chegada e também das despedidas…” Mabel Veloso

Se Maria fosse bonita é um duo em processo de criação de Cintia Rangel e Monica da Costa, dirigido por Renato Santos e coreografado por Monica da Costa, que investiga a historia de tantas “Marias” presentes nos nossos corpos e imagens femininas (ainda) na contemporaneidade: Putas, Santas, Mães, Protetoras, Miraculosas… entre “Puras” e Transgressoras, Fortes e Malemolentes.

A pesquisa percorre as gradações e a tensão histórica entre corpos femininos judaico-cristãos “santos/bons/bonitos?” e experiências outras do feminino na ancestralidade e na arte negra africana e afro-brasileira; entre um modelo encarnado de mulher “desprovida de vontade e sensualidade” às “donas do corpo e das ruas”;  se embebe das Virgens Negras, das Nossas Senhoras do Leite em Nantes e Persac, Maria Padilha, Maria Mulambo, Maria Madalena e Maria Bonita; Virgem de la Caridad Cubana, Virgem Maria, Virgem de Czestochowa… Nossas Mães, Avós, Bisavós, … e nòs mesmas;

A pesquisa de movimento da continuidade à construção de linguagem iniciada em “Corpo D’agua” e “Da onde vem sua dança?” : a pesquisa das danças e da memória corporal afro em conexões com outras e com códigos corporais individuais; as diferentes qualidades de movimento, a desconstrução e o fluxo dos gestos de danças de ancestres,  e a relação entre voz e movimento, percussão sonora entre corpo e chão. Pinturas, fotografias e historias na literatura e na cultura “marial” também são materiais para a pesquisa, performance e coreografia.

 Ficha Técnica. Concepção: Curva – Núcleo de Arte Afro-Contemporânea. Direção Geral: Renato Santos. Coreografia: Monica da Costa. Criação, Colaboração, Pesquisa e Performance: Cintia Rangel e Monica da Costa. Concepção de Figurino: Cintia Rangel e Laura Storino.Trilha Sonora: Trechos da “Ladainha de Santo Amaro”, de Mabel Novaes, interpretação de Maria Bethania. Produção e Realização: Curva- Núcleo de Arte Afro-Contemporânea.